Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise
econômica e política. Embora poderoso, o Estado não conseguiu preservar a
unidade política e administrativa no imenso território, habitado por povos de
origens e culturas divesas. Para conservar o controle das províncias, os
governos tiveram que manter grandes contingentes militares, chegando ao ponto
de obrigar os filhos de soldados a seguir a carreira dos pais. O que gerou
imensas despesas para o Estado. Causou a desvalorização da moeda, a alta dos
preços e um violento processo inflácionario. A crise se acentuou graças ao
colapso do escravismo e a sua gradual substituição pelo sistema de colonato:
pessoas empobrecidas do campo e das cidades procuravam os grandes proprietários
rurais e, em troca de proteção, passavam a trabalhar em suas terras como
colonos. Muitos proprietários preferiam transforar seus escravos em colonos,
arrendando-lhes partes da terra.
A cidade ia despovoando, o comércio ia decaíndo e os metais preciosos
escasseavam: receber salário em moeda era praticamente impossível.
Em 284, Diocleciano foi proclamado imperador pelas tropas sediadas no
Oriente. Buscou uma saída para a crise e introduziu uma reforma conhecida como
tetrarquia. Haveria dois coimperadores, os Augustos, que governariam as metades
oriental e ocidental do império romano. Cada um teria seu auxiliar direito, os
César, e mais tarde se tornaria coimperadores.
Menos de 50 anos depois, tiveram início as chamadas grandes migrações dos
povos bárbaros. Pressionados pelos hunos, os grupos germânicos dos ostrogodos e
visigodos cruzaram as fronteiras do
Danúbio e se estabeleceram no território do Império. Era a intensificação de um
processo que já havia conduzido povos germânicos, como os francos, para dentro
das fronteiras romanas.
O
imperador Teodósio conseguiu pacificar os visigodos, cedendo-lhes territórios e
colocando-os a serviço da defesa do Império. Ele também se tornou o
cristianismo oficial do Estado. Sua ultima medida, no ano 395, foi a divisão do
Império Romano em Império do Oriente e Império do Ocidente. O império do
Ocidente recebeu o golpe fatal em 476, ano em que Rômulo Augústulo foi deposto.
O Império do Oriente manteve-se ainda por centenas de anos, forte e
centralizado, vivendo uma era de grande esplendor.
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